29/12/2012

Caio Fernando de Abreu

"Supere isso e, se não puder

superar,
  

supere o vício de falar a


respeito."

Que tal heim?
É um meio de começar a esquecer as coisas ruins que lhe aconteceram! se você não resistir pensar no assunto, pensar em como era, se você não resistir cogitar ideias, possíveis diálogos, se você não consegue disfarçar a espera ansiosa de uma notícia á toa, se você esta o tempo todo procurando em volta, que tal ir "matando aos poucos" esses sentimentos dentro de você?
Pode facilitar, mas não será menos doloroso! 
Mas nem sempre é do jeito que queremos, só nos resta lavar o rosto e seguir em frente...

28/12/2012

Quem muito espera...

Muito se decepciona!


é muito mais fácil ser surpreendido do que decepcionado não!? 

Sol e Chuva - Casamento de viúva.

Quem nunca ouviu sua avó/avô/mãe/pai falar isso? então vc não teve uma infância!
Então, dei uma olhada por alto e fiquei sabendo que faz parte de um conjunto...

"O provérbio em causa vem referido, sem explicitação do seu significado, no Dicionário de Provérbios: Francês-Português-Inglês de Roberto Cortes de Lacerda et al. (Lisboa, Contexto, 2000, pág. 102), que o junta aos seguintes: 
"Sol e Chuva, casamento de viúva.
Chuva e sol, casamento de espanhol.
Chuva e sol, casamento de raposa.
Quando chove e faz sol, casam-se as feiticeiras.
«Quando chove e faz sol, estão as bruxas em Antanhol, embrulhadas num lençol a dançar o caracol." 

Esses versos sugerem que essa famosa coincidência de sol e chuva em um mesmo momento é algo surreal. Quem esperava por essa?!  Algo que nossos parentes mais antigos repetiam tanto, mas alguns deles nem sabem a profundidade do conjunto!
Sol e Chuva, os opostos que acabam juntos e nos oferecem um belo espetáculo.
E se você acha que isso é só mais um fenômeno comum, que não tem nada de especial, experimente parar sua vida agitada e reparar com mais carinho nos detalhes da vida, pois os que sabem apreciá-los, provavelmente são os mais felizes!



Versos.

Tudo passa, as coisas duram exatamente o tempo que deveriam, aproveite enquanto pode, até o ultimo segundo, seja intenso, faça valer a pena, chore, ame, abrace, como se nunca mais pudesse fazer isso, pois cada momento é único e especial, NUNCA irá se repetir.
"Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem" (Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis)
Aprenda e usufrua tudo o que puder...
O amanha, inevitavelmente, será tarde demais para o agora.

16/12/2012

Que tal?...

Sair um pouco da mesmice, da rotina e mudar o seu dia, fazer uma surpresa, fazer algo que você nunca se imaginou fazendo.
Fazer uma boa ação, mudar a realidade de alguém, fazer algo que você sempre quis fazer.
Escrever e apagar, ligar e desligar, correr e parar, desenhar para depois borrar, começar algo de um jeito e terminar de outro completamente diferente, fazer e acontecer! acreditar que pode.
Manchar a fria realidade com o colorido da imaginação!
Que tal mudar o mundo?
um tiquinho de cada vez, fazer o que você quer, ensinar aos outros fazerem o que desejam, desligar-se das cutidas e dos likes do facebook e criar seu próprio jeito de curtir!
É só uma ideia, você pode fazer diferente, fazer MELHOR, o que realmente importa é a MUDANÇA!! palavra chave para ser feliz... ou você realmente prefere pensar em como poderia ter sido?





Pic. Night


" [...] Hoje, será o fim! 
Hoje,
nem a sombra do que há-de vir,
nem os mestres, nem os amigos, nem os livros,
nem a fragilidade dos meus pés
feitos de barro e cansaço!
Todas as minhas revoltas domadas,
todos os meus gestos em meio
e as minhas palavras sufocadas
terão a sua hora de viver e amar! 
Hoje,
nem o cadáver a sorrir na morgue,
nem as mãos que ficaram angustiosas,
arrepiadas
no seu medo de findar! 
Hoje,
será a mais bela noite do mundo! "


Fernando Namora, in 'Mar de Sargaços'  

Guaraná Antártica


Achei suuper fofo o código de barras do Guaraná Antártica ^^ 

versos e versos

" Os piores pesadelos são os que enfrentamos de olhos abertos."

09/12/2012

Navio Negreiro - Castro Alves, O Poeta dos Escravos



Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...

V


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...

Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...